A produção e o consumo hedonista desenfreado norteiam a vida humana na pós-modernidade e, paralelamente, a ocupação das cidades. Desconsidera-se, nessa esteira, a qualidade de vida, com esteio no avanço do capital e no desprezo aos recursos naturais. A sustentabilidade impõe limites temporais e espaciais na construção da sociedade e na ocupação das cidades. O Plano Diretor e a gestão ambiental urbana com propósitos isentos parecem constituir elementos essenciais na arquitetação de cidades sustentáveis, que integrem o homem a um meio qualitativo e ordenado, com escopo intergeracional. Parece, todavia, que o ponto nevrálgico da questão reside na mudança de paradigma cultural, externada na necessidade de superação do modo de vida individualista, que renuncia a inclusão do outro e elege o conforto e a proteção dos interesses particulares como prioridade inicial. Essa perniciosa conduta sufoca o viver integrado e impede a construção de uma cidade que tenha na cooperação, na inclusão e na valorização dos espaços público o esteio primordial.