Implicações psicológicas da pobreza na vida do povo Latino-Americano

Psicologia Argumento

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ISSN: 19805942
Editor Chefe: Elizabeth Carvalho da Veiga
Início Publicação: 31/12/1982
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Psicologia

Implicações psicológicas da pobreza na vida do povo Latino-Americano

Ano: 2012 | Volume: 30 | Número: 68
Autores: E.C Cidade, J.F.M Junior, V.M Ximenes
Autor Correspondente: Elívia Camurça Cidade | [email protected]

Palavras-chave: Pobreza, Psicologia, América Latina

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O presente artigo tem como objetivo apresentar as reflexões empreendidas sobre a emergência da categoria pobreza e suas possibilidades de diálogo com a Psicologia tomando como cenário a realidade latino-americana e brasileira. Para tanto, parte-se da discussão da pobreza a partir de um enfoque multidimensional, que coloca em evidência a impossibilidade de que este fenômeno seja capturado somente a partir de questões monetárias. Ao contrário, coloca-se em pauta a necessidade de seja pensada a realidade psíquica, simbólica e política vivida por sujeitos nessas condições. A pobreza, uma das manifestações do processo de marginalização ao qual foi submetido o povo latino-americano, contribui para o desenvolvimento de formas singulares de estruturação do psiquismo. Apesar da pobreza e da realidade social da América Latina constituírem de forma singular o psiquismo humano, este sujeito deve ser compreendido como potencial e em expansão, não anulando sua capacidade de enfrentar e de transformar uma realidade social opressora. Neste estudo de natureza bibliográfica, são, portanto, apresentadas categorias psicológicas emergentes em condições de pobreza, tais como a Ideologia de Submissão e de Resignação (Góis, 2008), a Cultura da Pobreza (Martín-Baró, 1998), a Cultura do Silêncio (Freire, 1980) e a Síndrome Fatalista (Martín-Baró, 1998), demonstrando a capacidade do indivíduo de (re)agir diante de condições de vida que lhes são dolorosas. Por conseguinte, a observação dessas categorias contribui para enfatizar a possível e necessária implicação da psicologia com os sujeitos que se encontram em condições de opressão, desnaturalizando concepções e anunciando compreensões a partir do ponto de vista dos sujeitos.