Este artigo ressalta que os movimentos das mulheres cristãs na América Latina, especialmente no Brasil, os quais têm sido o viés de suas conquistas e avanços na reflexão de sua condição social-religiosa e, consequentemente, nas mudanças significativas da sua vivência da fé. Partindo de uma das dimensões fundamentais do ser humano, a crença – relação com o transcendente – as mulheres vão aos poucos redescobrindo nas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) meios de transformar sua realidade. Para além de um ser humano que crê existe um ser humano que sonha vivências profundamente evangélicas pautadas no reconhecimento do outro e no direito a ser diferente sem ser desigual. O objetivo deste artigo, portanto, é estudar a importância das CEBs para as lutas das mulheres na busca do reconhecimento da sua dignidade como pessoa e entender como neste movimento eclesial foi possível as mulheres descobrir em pseudo-identidade a elas traçada pela cultura, história e religião. Ademais este estudo analisa a importância das CEBs para o protagonismo das mulheres na Igreja e identifica os limites e possibilidades do mesmo neste contexto cultural-religioso. Por fim, mostrar que na atualidade há um avanço significativo da atuação das mulheres, as quais estão paulatinamente aparecendo em muitos cenários; porém ainda existe um caminho longo a ser percorrido. A partir de artigos de revistas, livros, documentos da Igreja e da Sagrada Escritura, este artigo busca situar que os movimentos eclesiais constituem espaços privilegiados para o protagonismo da mulher na Igreja. Não se pretende elaborar uma análise exaustiva, sendo estudados, basicamente, os escritos que vêm de encontro às necessidades dessa pesquisa. O protagonismo das mulheres na Igreja e também em outras esferas tem ajudado na luta pelos seus direitos na sociedade e no reconhecimento de sua especificidade, possibilitando a justa identificação da mulher como ser humano capaz de construir, juntamente com o homem, um mundo que faça sentido.