O objetivo deste trabalho foi mapear e atribuir sentido aos usos políticos do passado histórico ao longo das entrevistas realizadas com os treze candidatos postulantes à presidência em 2018. Com uma metodologia que combinou a comparação quantitativa e qualitativa das incidências do passado nos discursos propõe-se, aqui, a criação de duas categorias analíticas: trânsito temporal do discurso e eixo temporal do discurso para o desenvolvimento deste estudo. Em meio as conclusões obtidas, está a confirmação de que o passado foi um núcleo extremamente ativo na mobilização dos discursos eleitorais e de que os candidatos acessaram o passado predominantemente pela “chave” história magistra vitae, embora esse acesso também tenha ocorrido pela via da nostalgia, ressentimento, imputação, da história como protagonismo coletivo e, de modo mais dramático, pela via do revisionismo/negacionismo.