O presente artigo, retomando a questão do sujeito heterogêneo, tem por objetivo
principal discutir a subjetividade do locutor na incorporação do discurso alheio.
Fundamentaremos nosso trabalho nos princÃpios dialógicos da linguagem de Bakhtin (1929,
1970 e 1979) e teremos como principal embasamento teórico-metodológico a Teoria
SemiolinguÃstica, desenvolvida por Patrick Charaudeau (1995, 1996, 1999, 2001, 2006 e
2008), auxiliada por categorias analÃticas de Authier-Revuz (1990, 1998 e 2004) e conceitos
teóricos propostos por Maingueneau (1997[1987], 2004, 2008[1995]). O corpus será
composto de uma reportagem da revista ISTOÉ, publicada em 24 de junho de 2009 e centrada
na discussão da Crise instaurada no Senado brasileiro em 2009. Aliando teoria e prática,
buscaremos compreender como as estratégias no uso do discurso alheio se apresentam no
gênero reportagem, descrevendo as diferentes formas como a voz do outro é incorporada à do
jornalista para construir um ato de comunicação, a partir de estratégias de seleção,
identificação e manipulação desse discurso outro. Nesse percurso investigativo, assumimos
que a subjetividade existe e que o eu circunscreve a voz do outro, imprimindo-lhe um tom
próprio, um sentido, por vezes, distante do discurso incorporado.
This research takes up the issue of the heterogeneous subject, it has as main
objective to discuss the subjectivity of the speaker in the incorporation of a third person. We
base our work on Bakhtin´s principles of the dialogic language (1929, 1970 and 1979) and we
have our theoretical and methodological semiolinguistic theory, developed by Patrick
Charaudeau (1995, 1996, 1999, 2001, 2006 and 2008), supported by Authier-Revuz (1990,
1998 and 2004) analytical categories and theoretical concepts proposed by Maingueneau
(1997[1987], 2004, 2008[1995]). The corpus will consist of one report the is ISTOÉ,
published on June 24, 2009 and focused on discussing the Crisis brought to the Brazilian
Senate in 2009. Combining theory and practice, trying to understand how the strategies in the
use of a third person occur in the gender report, describing the different ways, the voice of
others is embodied in the journalist to build an act of communication from the selection of
strategies, identification and manipulation of another speech. In this investigative journey, we
assume that subjectivity exists and that one limited the voice of the others, giving it their own
tone, a sense, sometimes far from the embedded speech.