Contexto: a adoção das Normas Internacionais Contábeis (IFRS) no Brasil aprimorou as práticas de governança corporativa e informações disponíveis para investidores, proporcionando maior transparência. Apesar de seu efeito obrigatório, empresas listadas nos segmentos da B3 (Novo Mercado e Nível 2) já estavam ajustadas nesse padrão, permitindo sua comparação com empresas afetadas pela lei. Objetivo: analisar influência da adoção das IFRS na estrutura de capital das empresas de capital aberto brasileiras comparando empresas afetadas pela lei (Regular e Nível 1) com as já adequadas ao padrão internacional (Novo Mercado e Nível 2). Método: realizamos um estudo quase-experimental pela estimação do modelo Diferenças em Diferenças (DID) para comparar os níveis de alavancagem das empresas antes e depois das IFRS. Conclusões: identificamos que as empresas tratadas tiveram maior alavancagem de mercado após a adoção do IFRS, influenciadas pela maior divulgação de informações e, consequentemente, menor percepção de risco dos investidores. A estimação do modelo DID evidenciou que as diferenças obtidas foram influenciadas pelo maior efeito na alavancagem de mercado para as empresas tratadas e na dívida líquida para as empresas de controle. As premissas da teoria do pecking order foram confirmadas para a maioria das variáveis de controle.
Context: adoption of International Financial Reporting Standards (IFRS) in Brazil has improved corporate governance practices and information available to investors, providing greater transparency. Despite its mandatory effect, companies listed in B3 tiers (Novo Mercado and Level 2) were already accustomed to using it, allowing a comparison with firms affected by the law. Objective: analyze the influence of IFRS adoption on the capital structure of publicly traded Brazilian companies by comparing firms that only began to adhere to it by the new law (Regular and Level 1) with firms that adopted IFRS before it went into effect (Novo Mercado and Level 2). Method: we performed a quasi-experimental design via difference-in-difference (DID) estimator to compare leverage levels of firms segmented in treatment and control groups before and after IFRS. Conclusions: we found that the treatment group companies had higher market leverage after IFRS adoption, influenced by the greater information disclosure and, consequently, reduction of investors’ perception of risk. In addition, the differences between groups in DID analysis were influenced by the greater effect on market leverage for treated companies and on net indebtedness for the control ones. Furthermore, we confirmed the pecking order theory assumptions for most of the covariates