O texto rediscute a idéia acerca da inovação na música, partindo de uma problematização
do pensamento estético adorniano, tanto em sua fase que, em parceria com Horkheimer,
cunhou o conceito de indústria cultural, quanto em seus escritos especÃficos sobre estética
musical. Tenta-se apontar as pertinências e os equÃvocos da filosofia musical de Adorno,
ao demonstrar que os pressupostos de inovação que o autor propõe ora predeterminam a
criação, ora desprezam aspectos artÃsticos inapreensÃveis pelo alcance de seu escopo conceitual.
A insuficiência da musicologia denuncia-se tanto no que diz respeito à priorização
do material sonoro como definidor de valor estético quanto à inobservância às conseqüências
imprevisÃveis advindas da experiência da escuta permeada pelo sistema midiático
e pela internet. Interpelamos se não seria possÃvel pensar a inovação musical como um
investimento de experimentação em cujo processo está implÃcita uma postura polÃtica de
resistência aos axiomas estabilizados pelos hábitos dominantes de escuta.
The text discusses the idea of innovation in music, starting from a questioning of Adorno’s
aesthetic thought, both in their phase of partnership with Horkheimer coined the concept
of “cultural industry†and, in particular, in his writings on musical aesthetics. On attempt
to point out the pertinence and the misunderstandings of Adorno’s musical philosophy, by
showing that the conditions for innovation predetermine the author proposes the creation
or disregards artistic aspects inapprehensive by the range of their conceptual scope. The
failure of musicology denounces itself both as a prioritization of the sound material like
defining aesthetic value or despising the unpredictable consequences arising from the experience of listening permeated by the media system and the Internet. We ask if it was
possible to think of musical innovation and experimentation as an investment process
which there is an implicit political conduct of resistance to dominant axioms stabilized by
listening habits.