As ocupações, de modo geral, são povoadas por crianças de todas as idades, que vivem todas as aventuras e descobertas da infância em uma situação bastante diferenciada. O que acontece dentro das ocupações fica distante dos olhos da maior parte da sociedade e, nesta entrevista, abordamos o cotidiano de ocupações urbanas nas cidades de São Paulo e Buenos Aires. Ao conhecer a realidade das crianças, seja do ponto de vista delas, seja do de suas famílias, percebemos que a visão do observador externo pode estar carregada de preconceitos. Por exemplo, ao enxergar nesses atores mirins o antigo papel de coadjuvantes dos momentos históricos. Ao lançar luz sobre a temática das ocupações e o protagonismo da infância nesses eventos, somos levados a ultrapassar a falsa ideia das ocupações apenas como eventos sociopolíticos, alcançando também a materialidade das apropriações subjetivas que esse contexto possibilita. Mesmo diante dos riscos que a tarefa das ocupações impõe aos seus participantes, por meio dessa entrevista, as crianças começam a surgir como inventores e mantenedores de formas particulares de lidar com os temas da igualdade, identidade, intergeracionalidade, contestação e apropriação.
Las ocupaciones, de modo general, son habitadas por niños de todas las edades, que viven las aventuras y descrubrimientos de la infancia en una situación bastante diferenciada. Lo que acontece dentro de las ocupaciones está distante de los ojos de la mayor parte de la sociedad, y en esta entrevista abordamos la cotidianidad de las ocupaciones urbanas en las ciudades de São Paulo y Buenos Aires. Al conocer la realidad de los niños, sea desde el punto de vista de las o de sus familias, percibimos que la visión del observador externo puede estar cargada de prejuicios. Por ejemplo, al otorgar a esos actores más pequeños el tradicional papel secundario en los momentos históricos. Al traer luz sobre el tema de las ocupaciones y el protagonismo de la infancia en estos eventos, somos elevados a trascender la falsa idea de que las ocupaciones apenas sean eventos sociopolíticos, alcanzando a percibir también la materialidad de las apropiaciones subjetivas que posibilita ese contexto. Incluso, ante los riesgos que la tarea de las ocupaciones impone a sus participantes, por medio de esta entevista los niños comienzan a surgir como inventores y sostén de formas particulares de lidiar con los temas de igualdad, identidad, intergeneracionalidad, contestación y apropiación.