Infanticídio indígena, relativismo cultural e direitos humanos: elementos para reflexão

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Início Publicação: 30/11/2007
Periodicidade: Quadrimestral

Infanticídio indígena, relativismo cultural e direitos humanos: elementos para reflexão

Ano: 2010 | Volume: 8 | Número: 0
Autores: A. K. M. Pinezi
Autor Correspondente: Ana Keila Mosca Pinezi | [email protected]

Palavras-chave: suruwahá, infanticídio, direitos humanos, relativismo cultural

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Entre os Suruwahá ou Zuruahá, etnia localizada na bacia do rio Purus, sudoeste do
Amazonas, o suicídio e o infanticídio são fatores preponderantes de mortalidade. Em
setembro de 2005, o caso de duas meninas Suruwahá, Iganani e Sumawani, que
sobreviveram à prática do infanticídio, foi veiculado pela grande mídia, tornando o debate
sobre direitos humanos e diversidade cultural ainda mais intenso. Esses dois casos são
apenas representativos de uma velha controvérsia em torno do universalismo dos direitos
humanos e a autonomia dos grupos étnicos em relação a assuntos fundamentais como a
manutenção da vida ou não e da classificação do que é violência e desrespeito ao ser
humano ou não. A trajetória de Iganani, vítima de paralisia cerebral, e sua mãe, Muwaji,
que tem enfrentado as tradições de seu povo e os empecilhos burocráticos brasileiros para
tratar da reabilitação de sua filha, são enfocadas neste artigo. Em torno desse caso, o
objetivo deste trabalho é o de colocar em debate questões relativas a práticas tradicionais,
dinâmica cultural, relativismo cultural, contato interétnico e direitos universais do
homem.



Resumo Inglês:

Among Suruwahá or Zuruahá, ethnic group located in the Purus River basin, southwestern
Amazon, suicide and infanticide are important factors of mortality. In September 2005, the
case of two girls Suruwahá, Iganani and Sumawani, who survived the practice of
infanticide was in the mainstream media, making discussion about human rights and
cultural diversity even more intense. These two cases are only representative of an old
controversy surrounding the human rights universality and ethnic groups autonomy in
relation to key issues as the preservation of life and the classification what violence and disrespect for human rights. The trajectory of Iganani, victim of cerebral palsy, and her
mother, Muwaji, who has faced the traditions of his people and bureaucratic obstacles to
deal with the Brazilian rehabilitation of their daughter, are focused in this article. Around
that case, the objective of this work is to debate issues of traditional practices, cultural
dynamics, cultural relativism, interethnic contact and universal human rights.