O presente trabalho objetiva identificar os alimentos considerados indispensáveis à alimentação saudável pela população carente, segundo a escolaridade. Trata-se de estudo transversal realizado em instituições filantrópicas do município de Mauá, SP. A pesquisa consistiu em atividade dinâmica, na qual foram disponibilizadas figuras de alimentos. Os voluntários foram orientados a colar em folha sulfite os produtos que consideravam indispensáveis à alimentação saudável. Participaram da pesquisa 136 voluntários de diversas faixas etárias. Os alimentos mais citados como sendo indispensáveis pela amostra total do estudo foram o grupo das frutas, verduras e legumes (99%), carnes (87%), arroz (81%), leite (80%), feijão (78%), iogurte (70%), ovo (69%) e gelatina (67%). Observou-se associação significativa entre a escolaridade e a citação de alguns alimentos como suco artificial (p=0,00), embutidos (p=0,00), empanado de frango (p=0,01), cereal matinal (p=0,04), biscoito recheado (p=0,01), sopa instantânea (p=0,00), maionese (p=0,00), extrato de tomate (p=0,01), macarrão instantâneo (p=0,02) e temperos prontos (p=0,01). Na categoria de pessoas que não estudaram notou-se maior percepção do suco artificial (75%), embutidos (58,3%), maionese (66,7%) e macarrão instantâneo (58,3%) como alimentos saudáveis. De maneira inversa, a categoria de pessoas que completaram o ensino médio apresentou menor prevalência na citação de suco artificial (25%), embutidos (10,7%), empanado de frango (0%), maionese (7,1%), extrato de tomate (10,7%) e temperos prontos (3,6%) como alimentos saudáveis. Tais dados revelam associação significativa sobre a consideração de alimentos processados como sendo indispensáveis à alimentação saudável e o nível de escolaridade. Os resultados sugerem que a população menos escolarizada pode estar mais suscetível a interpretações errôneas sobre conceitos de alimentação e nutrição.
This study aimed to identify the foods considered essential to a healthy eating by needy population, according to their education level. It is a cross-sectional study that was conducted in a philanthropic institution in Mauá, São Paulo state. The research consisted of a dynamic activity in which food images were available. The volunteers were told to stick on a sheet paper those products they considered necessary for a healthy diet. 136 volunteers of different age groups participated in the research. Foods that chosen by the participants were: fruits and vegetables group (99%), meats (87%), rice (81%), milk (80%), beans (78%), yogurt (70%), egg (69%) and gelatin (67%). The results showed a significant association between the level of education and some foods choices, such as artificial juice (p=0.00), cold cuts (p=0.00), breaded chicken (p=0.01), breakfast cereal (p=0.04), sandwich biscuit (p=0.01), instant soup (p=0.00), mayonnaise (p=0.00), tomato paste (p=0.01), instant noodles (p=0.02) and ready-made seasoning (p=0.01). On the one hand, in people who did not study category, there was a high prevalence of choices of artificial juice (75%), cold cuts (58.3%), mayonnaise (66.7%) and instant noodles (58.3%) as healthy foods. On the other hand, in the people who have completed high school category, there was a low prevalence of choice of artificial juice (25%), sausages (10.7%), breaded chicken (0%), mayonnaise (7.1%), tomato paste (10.7%) and ready-made seasoning (3.6%) as healthy foods. These data show the significant association between the consideration of processed foods as healthy foods and levels of education. The results suggest that less educated people may be more susceptible to misconceptions about diet and nutrition.