O dinoflagelado Alexandrium tamarense (Lebour) Balech é uma das espécies potencialmente produtoras de saxitoxinas, as quais
podem ser acumuladas ao longo da cadeia trófica e causar a sÃndrome denominada PSP (intoxicação paralisante por moluscos)
em humanos, aves e mamÃferos. A partir do isolamento de células móveis de A. tamarense proveniente da praia do Cassino, foi
obtido um cultivo e a germinação de cistos de resistência coletados no sedimento originaram mais 12 cultivos. Todos estes foram
mantidos sob condições controladas de temperatura (20°C), intensidade luminosa (350 μmol m-2 s-1), salinidade (31) e de
nutrientes (meio de cultivo f/2, sem adição de silicato) até a realização dos experimentos. Foram realizados testes para
verificação das condições ideais de crescimento, mediante aclimatação prévia às condições a serem testadas. Taxas de
crescimento maiores do que 0,3 div dia-1 foram observadas em grande amplitude de variação de temperatura (7 a 25°C),
irradiância (valores maiores do que 80 μmol m-2 s-1) e salinidade (7 a 32). Porém, as taxas máximas de crescimento, de até 0,7
div dia-1, ocorreram sob condições mais restritas (temperatura entre 15 e 20°C, irradiância acima de 200 μmol m-2 s-1 e salinidade
entre 26 e 31). Estas taxas de crescimento estão entre os maiores valores encontrados para esta espécie, evidenciando a
potencialidade que a população apresenta para desenvolver altas densidades celulares na costa sul do Brasil.
The dinoflagellate Alexandrium tamarense (Lebour) Balech potentially produces saxitoxins which can be accumulated through the
food web and cause a serious disease called PSP (Paralytic Shellfish Poisoning) in higher-level consumers, including humans,
birds and mammals. There were obtained 13 strains through cysts germination and motile cells isolation that were kept in culture,
under constant conditions of temperature (20°C), light intensity (ca. 350 μmol.m-2.s-1), salinity (31) and nutrients (f/2 medium
without silicate), until the experiments were carried out. Assays were performed to determine optimal environmental conditions for
growth, after acclimation to respective test conditions. Although relatively high growth rates (0.3 div.day-1) were found under a wide
range of temperature (7 to 25°C), light intensity (over 80 μmol.m-2.s-1) and salinity (7 to 32), highest growth rates up to 0.7 div day-1
were measured under restricted ranges of temperature (15 to 20°C), light intensity (above 150 μmol.m-2. s-1) and salinity (26 and
31). These growth rates are among the highest reported for Alexandrium tamarense under laboratory conditions and represent a
potentiality for high cell concentrations during fast growth in the southern Brazilian coastal waters.