O trabalho objetiva discutir possíveis influências do pensamento de John Boyd na Política Externa e de Segurança (PES) dos Estados Unidos (EUA). O problema de pesquisa é investigar a relação da cosmovisão de Boyd com aspectos presentes na PES dos EUA pós-1991. Analisa-se brevemente a cosmovisão, a epistemologia e o método no pensamento de Boyd. Em seguida, buscam-se os pontos de contato com as tradições idealistas e realistas de Relações Internacionais, especificamente com as obras de Martin van Creveld e John Mearsheimer. Por fim, discute-se o possível impacto da epistemologia boydiana e do Ciclo OODA na ausência de uma grande estratégia dos EUA no pós-Guerra Fria. Defende-se que o pensamento de Boyd dialoga com o idealismo por meio de um mundo onde predomina o caos, no caso de Boyd, e sem o Estado-nação, como propõe Creveld. Quanto aos realistas, o paralelo reside no papel da projeção de força e do medo como elemento da PES. Por fim, quanto à grande estratégia, a inversão da hierarquia da realidade (da tática para a estratégia, do combate para a política) realizada por Boyd, além de sua cosmovisão e epistemologia, teria contribuído para o predomínio de soluções simplificadoras na PES dos EUA.