O mecanismo fusão, apesar de sistemático e produtivo, está à margem dos estudos de
morfologia do português. A fusão é uma operação na qual uma modificação num tema de um
vocábulo revela a manifestação de um conteúdo relevante para a base. Para o enfoque
estruturalista, qualquer processo que não envolva encadeamento estrito de formas constitui
um problema. Demonstramos, em nossa pesquisa, que a morfologia flexional portuguesa se
organiza não só por concatenação de afixos, mas também por fusão. Explicitamos diversos
expedientes de fusão – ditongação, mudança consonantal, inserção consonantal, haplologia,
alternância vocálica – que manifestam conteúdos de tempo e de número-pessoa. O foco desse
artigo é a fusão de presente por ditongação na morfologia verbal no português. Damos conta
do polo semântico utilizando Bybee (1985) e Gonçalves (2005) e demonstramos vários
exemplos no português.
The mechanism fusion, although systematic and productive, is outside the morphological
studies of Portuguese. The fusion is an operation in which a change in the stem of a
word reveals the manifestation of a content relevant. For the structuralist approach,
any process that does not involve strict chain of forms is a problem. We demonstrate in our
search that the Portuguese inflectional morphology is organized not only by concatenation of
affixes, but also by fusion. We evidence various fusion’s expedients – diphtongization,
consonant shift, consonant insertion, haplology, vowel shift – that manifest verbal content of
tense and number.The focus of this paper is the fusion of present by diphtongization that
occur in verbal morphology on Portuguese. We analyse the semantic pole using Bybee (1985)
and Gonçalves (2005) and we demonstrate a lot of examples on portuguese.