A infralinguaguem de Bruno Latour e o problema da comensurabilidade nos estudos interculturais

Anãnsi: Revista de Filosofia

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ISSN: 2675-8385
Editor Chefe: Flávio Rocha de Deus
Início Publicação: 13/09/2020
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Filosofia

A infralinguaguem de Bruno Latour e o problema da comensurabilidade nos estudos interculturais

Ano: 2020 | Volume: 1 | Número: 2
Autores: M. R. Santos
Autor Correspondente: M. R. Santos | [email protected]

Palavras-chave: Infralanguage, Bruno Latour, Actor-Network Theory, Cultural relativism.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Já não é mais possível ignorar o relativismo cultural, o reconhecimento crescente de que toda cultura e seus paradigmas são relativos a determinadas condições. Ao mesmo tempo, do relativismo facilmente desabrocha a incomensurabilidade: em que cada cultura é completa e irrecuperavelmente diferente de todas as outras. Cada um com a sua verdade e por fim ficamos todos sem certeza alguma; "não há fatos, só interpretações". Estamos diante do desafio de levar a pluralidade epistemológica realmente a sério e ao mesmo tempo tornar essa pluralidade comensurável, isto é, restituir a objetividade. Para tanto, é preciso criar um instrumental capaz de fazer os paradigmas culturais se comunicarem de novo. Este trabalho pretende apresentar uma ferramenta que pode contribuir para a solução desse problema. Trata-se aqui de expor a infralinguagem tal como a concebe Bruno Latour, uma ferramenta de pesquisa que não possui outro sentido além de permitir o deslocamento de um quadro de referência a outro. Nossa tese é a de que infralinguagem - e sua branda metafísica de fundo - oferece uma maneira de manter (e enriquecer) a pluralidade cultural, sem necessariamente instaurar uma completa incomensurabilidade.



Resumo Inglês:

It is no longer possible to ignore cultural relativism, the recognition that all culture and its paradigms are relative to certain conditions. At the same time, relativism easily blossoms into incommensurability, where each culture is completely and irrecoverably different from all others. Each one with its own truth and finally we are all left with no certainty; "there are no facts, only interpretations". We are in face of the challenge of taking epistemological plurality seriously and at the same time making that plurality commensurable, which is, restoring objectivity. To do so, it is necessary to create an instrumental capable of making the cultural paradigms communicate again. This work aims to present a tool that can contribute to the solution of this problem. This study is about exposing the infralanguage as conceived by Bruno Latour, a research tool that has no other meaning than to allow the shift between one frame of reference to another. Our thesis is that infralanguage - and its soft metaphysics of background - offers a way to maintain (and enrich) cultural plurality, without necessarily establishing a complete incommensurability.