As emissões anuais de CO2 provenientes da queima de biomassa em sistemas de agricultura de corte e queima no Brasil foram estimadas como o produto da área queimada, da biomassa acima do solo, do fator de combustão e do fator de emissão. A área total afetada por este tipo de agricultura foi obtida a partir do mapa Global Land Cover 2000 da América do Sul, enquanto a área cortada e queimada anualmente foi obtida multiplicando a área total pelo ciclo de rotação, calculado a partir de dados sobre a duração dos perÃodos de cultivo e de pousio reportados na literatura. A acumulação de biomassa acima do solo foi estimada em função da duração e da temperatura média do perÃodo de crescimento, do tipo de textura do solo e da duração do perÃodo de pousio. Foram utilizados valores publicados dos fatores de combustão e de emissão. Foram estabelecidos dois cenários usando valores mÃnimos e máximos da duração do perÃodo de pousio e calculadas as emissões. Os resultados revelaram que uma redução das emissões atmosféricas em sistemas de agricultura de corte e queima não é facilmente alcançada através do aumento do perÃodo de pousio. Os resultados também mostraram uma boa concordância entre a distribuição espacial da agricultura de corte e queima no Brasil, obtida através de sensoriamento remoto, e a localização dos estudos que descrevem este tipo de agricultura.
Annual emissions of CO2 from biomass burning in shifting cultivation systems in Brazil were estimated as the product of area burned, aboveground biomass, combustion completeness and emission factor. The total area of shifting cultivation was derived from the Global Land Cover 2000 map for South America, while the area cleared and burnt annually was obtained by multiplying the total area by the rotation cycle of shifting cultivation, calculated using cropping and fallow lengths reported in the literature. Aboveground biomass accumulation was estimated as a function of the duration and mean temperature of the growing season, soil texture type and length of the fallow period. Published combustion completeness and emission factor values were used. Two scenarios were set using minimum and maximum fallow lengths and emissions calculated. Results revealed that a reduction of emissions in shifting cultivation systems is not easily achieved by extending the length of the fallow period. Results also showed a good agreement between the spatial distribution of shifting cultivation in Brazil, obtained with remote sensing, and the location of studies describing fallow and cropping periods practiced in shifting cultivation systems.
