Nos primórdios da bioética os teólogos desempenharam um papel importante no seu surgimento, devido à experiência na argumentação ética para solucionar casos e, especificamente, devido à tradição de intervenções em ética médica. Posteriormente houve um movimento de independência dos bioeticistas em relação aos teólogos, acentuando a secularização e o pluralismo da reflexão bioética. Isso obrigou os teólogos, que não deixaram de marcar presença, a explicitar a sua contribuição especÃfica num fórum de discussão que é plural e a refletir sobre as relações entre bioética e teologia. Vários autores de tradição agnóstica começam a defender a importância das religiões para o debate ético e para a superação da crise ética da cultura atual pós-moderna. Essa cultura não tem condições de enfrentar as ameaças das manipulações genéticas. Questiona-se a secularização dominante que se instalou na modernidade.