Em O espÃrito das roupas,Gilda de Mello e Souza situa o criador de modas na
“encruzilhada entres as solicitações do público e o impulso artÃsticoâ€, e prossegue
destacando a importância e o papel desse profissional que, “mais do que qualquer
outro criador, terá, não há dúvida, de alertar sua sensibilidade para o momento
social e pressentir os esgotamentos estéticos em vias de se processar. (...) Como o
poeta ele é apenas o porta-voz de uma corrente que se esboça e cuja tomada de
consciência se antecipa†(SOUZA, 1987, p. 31).
Alceu de Paula Penna (1915-1980) não entendia de agulha e linhas e nunca
teve um ateliê de costura, mas, sem dúvida alguma, era um criador de modas, pois
com seu olhar atento mesclava, em suas criações, formas, cores e estampas que
conectavam harmoniosamente as últimas novidades da moda internacional, o
momento sociohistórico e os elementos identitários da cultura nacional (...)