Intuição e Linguagem: Bergson, Wittgenstein e os limites do dizível

Revista Helius

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ISSN: 23578297
Editor Chefe: Fabrício Klain Cristofoletti
Início Publicação: 06/02/2014
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Filosofia

Intuição e Linguagem: Bergson, Wittgenstein e os limites do dizível

Ano: 2019 | Volume: 2 | Número: 2
Autores: Evaldo Sampaio
Autor Correspondente: Evaldo Sampaio | [email protected]

Palavras-chave: Filosofia do Conhecimento. Intuição. Linguagem. Bergson. Wittgenstein.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Trata-se aqui de pensar o estatuto filosófico da introspecção na Filosofia contemporânea. Para tanto, pretende-se contrapor duas tendências antagônicas acerca do papel da introspecção quanto ao nosso conhecimento do mundo e, mais precisamente, quanto à possibilidade de um conhecimento supralinguístico. A primeira delas é denominada de “paradigma da linguagem” e tem como caso exemplar as Investigações Filosóficas de Ludwig Wittgenstein. A segunda orientação, o “paradigma da intuição”, remete à filosofia de Henri Bergson. A comparação entre estas filosofias se dá por um estudo do “argumento da linguagem privada” elaborado nas Investigações de Wittgenstein, o qual é comumente interpretado como uma contraposição tanto à introspecção quanto a um conhecimento supralinguístico. Em seguida, mostra-se que as críticas bergsonianas acerca da linguagem enquanto uma fonte de mal-entendidos filosóficos possui inegáveis semelhanças de família com a do Wittgenstein das Investigações. Apesar disso, o estudo dos “dados imediatos da consciência” levariam um bergsoniano a rejeitar a terapia de linguagem wittgensteiniana como a única opção após as dificuldades interpostas pelo argumento da linguagem privada. Desse modo, espera-se mostrar que mesmo um dos mais celebrados argumentos do paradigma da linguagem contra a inteligibilidade de uma abordagem introspectiva não é suficiente para suprimi-la.



Resumo Inglês:

This essay aims to discuss the philosophical status of introspection in contemporary Philosophy. It is intended to oppose two antagonistic tendencies on the role of the introspection concerning our knowledge of the world and the possibility of supra-linguistic wisdom. The first of these tendencies is the “linguistic paradigm”, which has as its most important work Wittgenstein’s Philosophical Investigations. The other position, the “intuitive paradigm”, points out to Henri Bergson’s philosophy. The comparison between them it is established by an exam of the so-called “private language argument” presented on the Philosophical Investigations, which is commonly interpreted as a strong rejection of the possibility of an introspective and supra-linguistic meaning. Then, it is showed that Bergson’s critique of language as a source of philosophical misunderstandings has some families resemblances with Wittgenstein’s position. Despite that, a Bergsonian thinker would disagree with Wittgenstein’s suggestion that an attempt to deal with our “immediate data of consciousness” would conduct us exclusively to a “therapy of language”. By these considerations, it is aimed to show that even one of the most celebrated arguments of the linguistic paradigm against the intelligibility of a meaningful introspective approach is insufficient to suppress it.