Investigação de hiperinsuflação dinâmica e sua relação com desfechos clínicos e funcionais em crianças e adolescentes com fibrose cística

Revista Brasília Médica

Endereço:
SCES Trecho 3 - AMBr - Asa Sul
Brasília / DF
70200003
Site: http://www.rbm.org.br/
Telefone: (61) 2195-9710
ISSN: 2236-5117
Editor Chefe: Eduardo Freire Vasconcellos
Início Publicação: 01/09/1967
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Enfermagem, Área de Estudo: Medicina, Área de Estudo: Saúde coletiva

Investigação de hiperinsuflação dinâmica e sua relação com desfechos clínicos e funcionais em crianças e adolescentes com fibrose cística

Ano: 2023 | Volume: 60 | Número: Especial
Autores: Aline Fraga, Gabriela Bretos1; Maiara Belusso2; Gabrielle Borba2; Claudio Ricachinevsky2; Paulo Cauduro Marostica2; Paula Maria Eidt Rovedder2
Autor Correspondente: Aline Fraga, Gabriela Bretos | [email protected]

Palavras-chave: teste de esforço cardiopulmonar, hiperinsuflação dinâmica

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

INTRODUÇÃO: A Fibrose Cística (FC) é uma doença genética autossômica recessiva multissistêmica. Suas principais manifestações clinicas são o comprometimento respiratório e o digestivo, com repercussões no desenvolvimento do organismo e sistema muscular. Sabemos que a redução da capacidade de exercício e da aptidão aeróbica, por meio do consumo máximo de oxigênio (VO2 max), está associada à baixa expectativa de vida. Dentre os mecanismos que podem promover a intolerância ao exercício temos a hiperinsuflação dinâmica (HD), já que, durante a atividade física, o incremento da demanda ventilatória em pacientes com limitação do fluxo aéreo gera também aumento progressivo do aprisionamento. Outras consequências importantes associadas a HD incluem o aumento do trabalho respiratório, limitação ventilatória mecânica precoce, fraqueza muscular inspiratória e possível fadiga, retenção de CO2, dessaturação e efeitos adversos na função cardíaca.

OBJETIVO: Investigar a presença de HD em crianças e adolescentes com FC e relacionar com desfechos clínicos e funcionais.

METODOLOGIA: Estudo transversal com pacientes com FC atendidos no ambulatório de pneumologia infantil de um hospital público de Porto Alegre, com idade entre 9 e 18 anos. As avaliações do estudo incluíram: teste de esforço cardiopulmonar com medida da capacidade inspiratória, pletismografia, espirometria e analise da qualidade de vida.

RESULTADOS: Foram avaliados 33 pacientes, do total de pacientes 42,4% apresentaram HD. Na análise de correlações, observou-se correlação forte entre a CI e a CVF (r = 0,783 e p 8804; 0,001), o FEV1 em litros (r = 0,719 e p 8804; 0,001) e a dinamometria média (r = 0,748 e p 8804; 0,001). Observamos correlação moderada entre a CI e a idade (r = 0,519 e p 8804; 0,002), a carga (r = 0,589 p 8804; 0,001) e o VO2 de pico (r = 0,561 e p 8804; 0,001).

CONCLUSÃO: Este estudo apresentou prevalência de pacientes sem HD de 35%, medida durante o teste de esforço cardiopulmonar. Na comparação entre os grupos de pacientes com e sem HD com a as variáveis clinicas e funcionais, não foi encontrada diferença significativa entre os dois grupos.