A partir do tema da invisibilidade da velhice explorada na série Grace and Frankie (Netflix, 2015-2017), esse artigo aborda as relações de gênero, envelhecimento e sexualidade feminina, e discute ainda a inserção e circulação dos produtos ficcionais seriados nas plataformas de streaming. Trata-se de uma exploração ensaística com perspectiva multidisciplinar em que são abordadas as concepções de Anthony Giddens (1993), Steve Neale e Frank Krutnik (2006), Maria Rita Kehl (1998), Mario Carlón (2013) e Guita Grin Debert (2012). Esta série coloca em primeiro plano duas mulheres septuagenárias que tentam se reconstruir em meio à separação de seus respectivos cônjuges após 40 anos de casamento. Com isso, a produção rompe com um tabu do prime time em sinal aberto que é o de falar abertamente da sexualidade da mulher da terceira idade, além de questionar a função do casal heteronormativo na sociedade pós-moderna.