A proposta deste artigo é fazer uma breve reflexão sobre a (in)visibilidade das mulheres no campo científico, partindo da análise histórica do “lugar da mulher” no contexto da Ciência Moderna e, em seguida, fazendo uma rápida incursão pelo livro didático de matemática, de 5.ª a 8.ª séries do Ensino Fundamental, aprovado pelo PNLD/2008,10 com vistas a observar as questões de gênero que implicaram e ainda implicam na exclusão ou na invisibilidade das mulheres na construção das ciências, ontem como hoje. Os pressupostos teórico-metodológicos que fundamentam a abordagem baseiam-se em Joan W. Scott (1995), que define gênero como um elemento constitutivo das relações sociais, baseadas em diferenças entre os sexos, sugerindo que este conceito seja utilizado como uma categoria útil de análise; em Evelin Fox Keller (1991), que faz uma reflexão sobre a história da ciência no mundo moderno, apontando a possibilidade da construção de uma nova ciência livre das questões de gênero, uma ciência diferente feita por mulheres; Londa Schienbinger (2001), que argumenta sobre as diferentes maneiras que homens e mulheres fazem ciência, examinando o lugar das mulheres no mundo científico; Guarcira Loro (1997), que analisa a constituição de diferenças e identidades de gênero e as formas como esse processo vem se expressando no campo da educação. Conclui-se que a presença das mulheres na ciência deve ser entendida como resultante de um longo processo esquemático, que determinou várias formas de exclusão, bem como, a sua ausência ou a presença estereotipada nos livros didáticos, bem como, nos materiais oficiais que anunciam e promovem políticas educativas. Palavras-chave: Mulheres; ciência; gênero.