O presente artigo tem por objetivo apresentar, a partir de uma perspectiva cultural, a análise das principais normas correspondentes à constituição e dinâmica interna da Irmandade de Nossa Senhora das Mercês de Mariana, na Capitania de Minas Gerais entre os séculos XVIII e XIX, enquanto instituição social e devocional, composta pelos denominados “pretos crioulos”. Neste trabalho, com base nas documentações institucionais, almejamos especificamente a compreensão da formação, estruturação e vivência confrarial desses indivíduos, que se constituíram enquanto grupo coeso e com interesses em comum, atrelados principalmente à simbologia da liberdade e à busca por distinção e privilégios. Para tanto, ao longo de nossas pesquisas recorremos à análise das práticas, apropriações e representações de si e do mundo em que estavam inseridos. Nesse sentido, vamos ao encontro do grande número de estudos que demarcam a importância dessas irmandades de homens de cor nos períodos colonial e imperial, nos âmbitos social, cultural, religioso, político e econômico.
This paper’s objective is to present, from a cultural perspective, the analysis of the main rules of the developments and inside dynamics of the Nossa Senhora das Mercês Brotherhood of Mariana, on the Capitania de Minas Gerais between the XVIII and XIX centuries as an social and devotional institution, composed by the so called “black creoles”. On this work, based on institutional documents, we specifically seek the understanding of the formation, structuring and the brotherhood experience of these individuals, who set themselves up as a cohesive group with common interests, mostly linked to the symbology of freedom and the seek of distinctiveness and privileges. Therefore during our researches we appealed to the analyses of the practices, appropriations and representations of themselves and of world where they were inserted. For that matter, we’ll move towards a great number of studies that points the matter of those brotherhoods formed by men of color at the colonial and imperial period, on the social, cultural, religious, political and economic sphere.