A Ironia de "Geni e o Zepelim": Sujeitos, Poderes e Mundos no Tempo da Suspensão

Cadernos do Tempo Presente

Endereço:
Rod. Marechal Rondon, S/N - Sala 06 do CECH/DHI - Rosa Elze
São Cristóvão / SE
Site: https://seer.ufs.br/index.php/tempo/index
Telefone: (79) 3194-7548
ISSN: 2179-2143
Editor Chefe: Dilton Cândido S. Maynard
Início Publicação: 01/10/2010
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas, Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Multidisciplinar

A Ironia de "Geni e o Zepelim": Sujeitos, Poderes e Mundos no Tempo da Suspensão

Ano: 2010 | Volume: 0 | Número: 1
Autores: L, de, Paula
Autor Correspondente: L, de, Paula | [email protected]

Palavras-chave: gênero, “geni e o zapelin”, polifonia.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A proposta desta comunicação é, a partir da canção "Geni e o Zepelim", de Chico Buarque, vista como arena onde se digladiam vozes sociais, analisar a crítica ao preconceito pela prostituição e pela travesti Geni, a "heroína" do discurso. Partir-se-á do dialogismo e da polifonia presentes nas vozes dos sujeitos da letra da canção, abordados a partir da perspectiva do Círculo de Bakhtin. As relações de poder (Bakhtin e Foucault), imbricadas nas relações de gênero, são o centro da análise, a partir do qual será tratada a questão do pertencimento/não-pertencimento de Geni, sua aceitação e recusa, de acordo com os interesses vigentes, por parte dos sujeitos presentes no discurso verbal da canção, que simbolizam esferas de poderes sociais diferentes. Pensar nessas relações significa pensar nas diásporas e nos deslocamentos dos gêneros, bem como isso ocorre na diversidade cultural brasileira. A hipótese é a de que a imagem da canção desvela o preconceito da nação ao criticar a hipocrisia orquestrada por Chico, que rege o coro das vozes sociais, ao mesmo tempo, aclamadoras e apedrejadoras, que apagam Geni, a travesti Maria Madalena da canção.

Palavras-chave: gênero, “Geni e o Zapelin”, polifonia.



Resumo Inglês:

The purpose of this article is to analyze the song "Geni e o Zepelim", by Chico Buarque, from the point of view of the social voices present and orchestrated by the narrator. The hypothesis is that the image of the song uncovers the nation´s prejudice by criticizing the hypocrisy conducted by the narrator. In order to do so the song is used as the corpus of analysis, which is taken as a discursive arena where social voices discuss and combat. Therefore, it is possible to analyze the criticism regarding prostitution prejudice and Geni a transvestite inflicted ironically by the narrator’s voice – projected by the authorship in the song. Based on the dialogism present in the subjects voices in the lyrics, considering Bakhtin´s Circle perspectives. The center of analysis is the ironic relationships of power because the subjects position symbolize distinct social power spheres, which by irony are relativized. Therefore, thinking about these relations means reflecting about the construction of a certain speech in time and space, which collaborates with the reconstruction of subjects and social realities.

Keywords: gender, “Geni and Zapelin”, polyphone.