Durante os aproximadamente quarenta anos em que esteve à frente da Igreja de Santiago de Compostela, Diego Gelmírez (1101-1140) enfrentou dois momentos, especialmente, turbulentos os quais puseram em risco o seu poder senhorial-episcopal. Neste artigo, discutiremos o primeiro deles: a rebelião compostelana ocorrida entre os anos 1116 e 1117, trata-se de uma sublevação dos cidadãos de Santiago contra o seu senhor e bispo. A figura do prelado, instituída na Alta Idade Média, enquanto supervisor da ortodoxia deve ser somada a de protetor das circunscrições das quais era responsável. Para Gelmírez era fundamental a itinerância. Deslocava-se para exercer a justiça, legislar e, sobretudo, proteger por meio das armas os seus territórios. A alcunha que recebeu - El báculo y ballesta - revela a dupla face que compunha o exercício do seu poder: defensor da fé e do senhorio.
During the almost forty years when Diego Gelmirez (1101-1140) was at the helm of the Saint James de Compostela Catholic Church, he faced two particularly riotous moments that hazarded his seigniorial-episcopal power. In this article, we will discuss the rebellion of Compostela (1116-1117), in which happened the rising of the St. James citizens against their master and bishop. The figure of the bishop as a supervisor of the orthodoxy must be summed up to the protector of the circumscription under his responsibility. Gelmírez considered itinerancy fundamental. He moved from place to place to practice justice, to legislate, and mainly to protect his dominion by the use of weapons. The epithet he received - El báculo y ballestra - reveals the two faces that compounded the exercise of his power: faith advocate and lordliness.