Joaquim Manuel Magalhães: 50 anos da mais radical poética da destruição

Convergência Lusíada

Endereço:
Rua Luís de Camões, 30 - Centro
Rio de Janeiro / RJ
20051-020
Site: https://www.convergencialusiada.com.br/
Telefone: (21) 2221-3138
ISSN: 2316-6134
Editor Chefe: Ida Alves
Início Publicação: 15/05/2024
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Artes, Área de Estudo: Letras

Joaquim Manuel Magalhães: 50 anos da mais radical poética da destruição

Ano: 2025 | Volume: 36 | Número: 54
Autores: Tereza Tavares
Autor Correspondente: Tereza Tavares | [email protected]

Palavras-chave: Joaquim Manuel Magalhães, Poética da destruição, Paisagem em ruínas, Poética da resistência, Poesia portuguesa contemporânea

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O ano de 2024 marcou o cinquentenário de atividade do poeta Joaquim Manuel Magalhães, que vem desenvolvendo uma obra de grande impacto no campo literário português desde 1974, quando lançou seu primeiro livro de poesia, Consequências do lugar. Neste artigo, iremos apresentar uma breve linha do tempo desse reconhecido escritor e crítico português, alguns de seus mais relevantes trabalhos e poemas, buscando situá-lo no panorama poético contemporâneo de Portugal. Com uma obra muitas vezes considerada polêmica, Magalhães é, entretanto, reconhecido por sua escrita de resistência, por meio da qual assumiu, tanto no campo da criação lírica como no plano teórico da análise, um posicionamento crítico em relação à contemporaneidade, ao identificar desvios na sociedade portuguesa pós-revolucionária. Com uma linguagem sarcástica e mordaz, falou de uma realidade dominada por ruínas, tanto sociais como econômicas, realidade que se apresenta, muitas vezes, em seus poemas, através de imagens de decadência e degradação. Tal imagética deteriorada se refletiu no discurso e assumiu contornos formais impactantes quando o autor decidiu realizar literalmente a destruição de toda a sua obra publicada até 2010 ao lançar Um toldo vermelho, um único volume no qual reuniu apenas fragmentos de poemas publicados em 36 anos de atividade como escritor, que passaram por uma completa operação de transformação e aniquilamento, o que fez com que esse livro se tornasse um marco da chamada poética da destruição. O autor repetiu tal ação em 2018 com o livro Para comigo e, em 2021, com a edição de Canoagem.



Resumo Inglês:

The year 2024 marked the fiftieth anniversary of the activity of the poet Joaquim Manuel Magalhães, who has been developing a body of work that has had a great impact on the Portuguese literary field since 1974, when he published his first book of poetry, Consequências do lugar. In this article, we will present a brief timeline of this renowned Portuguese writer and critic, some of his most relevant works and poems, seeking to situate him in the contemporary poetic panorama of Portugal. With a work often considered controversial, Magalhães is, however, recognized for his resistant writing, through which he assumed, both in the field of lyrical creation and in the theoretical plane of analysis, a critical position in relation to contemporaneity, by identifying deviations in post-revolutionary Portuguese society. With sarcastic and biting language, he spoke of a reality dominated by ruins, both social and economic, a reality that is often presented in his poems through images of decadence and degradation. This deteriorated imagery is reflected in the discourse and took on striking formal contours when the author decided to literally destroy all of his work published up until 2010 by releasing Um toldo vermelho, a single volume in which he brought together only fragments of poems published in 36 years of activity as a writer, which underwent a complete operation of transformation and annihilation, which made this book become a landmark of the so-called poetics of destruction. The author repeated this action in 2018 with the book Para comigo and, in 2021, with the publication of Canoagem.