Os videojogos disponibilizados na Internet despertam uma crescente e preocupante atenção entre educadores e pesquisadores, quer pelo seu potencial para efeitos de aprendizagem, quer pelas possibilidades alienantes e de isolamento de seus usuários. Para além das correlações que possam existir entre videojogos e violência alguns jogos despertam a atenção pela forma como impõe representações sociais a determinados povos ou comunidades, como é o caso do objeto de estudo deste artigo: “América’s Army”. Trata-se de um jogo de guerra onde os papéis assumidos pelos jogadores combatentes são sempre os soldados dos EUA (“guardião da liberdade e do modo de vida americano”) e em alguns raros casos, aliados dos EUA, que cumprem missões de batalhas. O outro (os que sofrem as ações do combate), quase em sua totalidade, guarda feições dos “terroristas” do oriente islâmico.
Videogames available through Internet unveil growing concerns and attention from educators and social science researchers, due to their potential effects on learning, and the alienating perspectives and social isolation experimented by their users. Beyond correlations that may exist between the videogames and violence, some games nevertheless unveils attention by the form as they enforce social representations of certain people and communities, as in the game focused in this paper: América’s Army”. This paper examines how this wargame deals with the warriors’ characters where the combatants are always American soldiers (“guardians of freedom and of the American way of life”) and, in some cases, USA allies that must accomplish various battle missions. Theirs enemies (the others, targeted to suffer the results of the combat missions), are almost always depicted as “Islamic terrorists”.