O presente artigo trata sobre o desenho na infância como um processo natural que repercute diretamente no desenvolvimento cognitivo e emocional da criança, podemos confirmar isso com muitos estudiosos como Piaget e outros grandes teóricos. Segundo Piaget, as fases do desenho começam nas garatujas, passando para desenhos pré-esquemáticos, esquemáticos, realistas e pseudo-naturalistas. À princípio, as garatujas nos reportam a uma exploração sensorial do movimento, sem representar propriamente os objetos. Com o desenvolvimento das crianças, as mesmas aprimoram seus traços e progridem para desenhos mais elaborados, desenhando objetos de acordo com suas características. No período da infância, podemos dizer que o desenho é uma maneira da criança expressar seus sentimentos, compreender o mundo ao seu redor e desenvolver habilidades cognitivas, onde o desenho passa por diversos estágios que nos revelam a evolução do pensamento infantil, desde a fase sensoriomotora até a fase das operações abstratas. E é durante todo esse processo, que a criança internaliza elementos do ambiente ao qual está inserida e reproduz vivências pessoais, observando tudo ao seu redor para criar suas próprias representações visuais, conforme sua percepção de mundo e seus conceitos internalizados. O desenho representa um papel muito importante no desenvolvimento criativo e expressivo da criança, possibilitando explorar a imaginação, externalizando seus sentimentos e sua compreensão de mundo. É uma maneira de se comunicar que vai além das barreiras linguísticas permitindo que a criança possa interagir com o meio de maneira significativa. Portanto desenhar na infância não é apenas uma atividade lúdica de passatempo, ou faz-de-contas, antes é um instrumento primordial para o desenvolvimento da criança, propondo sua expressão individual e criativa a partir da sua compreensão de mundo.