Este artigo detém-se sobre o tema da violência e juventude em territórios de conflito armado na cidade do Rio de Janeiro em razão da presença ou da tentativa de controle do narcotráfico. Está baseado em duas investigações qualitativas em favelas cariocas que contam com unidades de Policia Pacificadoras (UPPs). As caracterÃsticas particulares de cada favela imprimem à violência e o modo da mesma ser retratada pela mÃdia, traços especÃficos de lidar com a população jovem, sobretudo a de sexo masculino, que é simultaneamente autora e vÃtima de violência. A realização do trabalho de campo e de entrevistas em profundidade permitiu descrever alterações das dinâmicas sociais introduzidas, em especial na sociabilidade juvenil, pela presença ostensiva da polÃcia
segundo as narrativas dos moradores de cada localidade. As pesquisas demonstraram de que modo a mÃdia ajudou a sustentar a implantação desta polÃtica pública através da adoção da dicotomia guerra/paz e pelo modo de apresentação dos eventos ligados à criminalidade nas áreas investigadas.
This article discusses the question of violence and youth taking place in areas of armed conflict in Rio de Janeiro where the State's intervention is trying to restrict or abolish the organized drug crime. The text is based upon two qualitative researches conducted in favelas (shanty towns) which have Pacifying Police Units (UPPs). The specificities of each favela is crucial in the way the media pictures the place and conceive the young
and poor men, who are the main target of violence as the major actor of it. Through fieldwork and in-depth interviews with favela inhabitants, we were able to describe the changes in social dynamics (juvenile sociability) brought on by the Police ordinary presence. The researches show how the media supported the implementation of this public police by the stressing the dichotomy between war and peace within the circumstances of urban armed conflict.