O texto trata do ensino superior como novo elemento na
luta por autonomia e construção de polÃticas de sustentabilidade
dos povos indÃgenas de Mato Grosso do Sul. A academia passa
a ser entendida por esses jovens e suas respectivas comunidades,
como espaço privilegiado de diálogo e negociação entre lógicas e
formas distintas de entender o ser humano e suas relações com a
natureza. Por ser o território aquele que proporciona as condições
necessárias a sua reprodução social, podemos entender que sustentabilidade
diz respeito à dinâmica interna de trocas, em um sistema
social especÃfi co, com seus padrões de qualidade de vida, incluindo
conhecimentos e experiências especÃfi cas, atualizadas em um contexto
de rápidas mudanças. É nesse contexto, de rápidas mudanças,
inéditos desafi os e complexos processos de negociação, que está
inserida a universidade, percebida como espaço privilegiado de
diálogos, trocas e bricolagens, favorecendo traduções e hibridismos
na perspectiva intercultural e que pode fortalecer seus processos de
autonomia. Esse espaço de fronteira tem possibilitado o surgimento
de elementos epistemológicos, até então subalternos, promovendo
refl exões teórico-metodológicas que muito têm contribuÃdo para o
desenvolvimento de novas práticas pedagógicas e estratégias de
sustentabilidade, muitas vezes limitadas, porém que tentam ser
coerentes com as perspectivas de futuro de cada grupo social. A
base empÃrica deste trabalho é a experiência com acadêmicos(as)
indÃgenas em quatro IES que desenvolvem atividades especÃfi cascom este seguimento: UFGD (Licenciatura IndÃgena), UFMS, UEMS e UCDB, todas
ligadas ao Programa Rede de Saberes.
The text handles university teaching as a new element in the struggle for
autonomy and construction of policies of sustainability of indigenous peoples in South
Mato Grosso. The academic world comes to be understood by these young people
and their respective communities as a privileged place for dialogue and negotiation
between logics and distinct forms of understanding the human being and their
relationship to nature. As the territory is that which offers the necessary conditions
for social reproduction, it is understood that sustainability is related to the internal
dynamic of exchanges and in a specifi c social system, with its standards and quality
of life, including knowledge and specifi c experiences, brought up to date in a context
of rapid changes. It is in this context, of rapid changes, unprecedented challenges and
complex processes of negotiation, in which the university is inserted, perceived as a
privileged place for dialogues, exchanges and do-it-yourself, favoring translations
and hybridisms in the intercultural perspective that can strengthen its processes of
autonomy. This frontier space has made possible the emergence of epistemological
elements, until now subordinate, promoting theoretical-methodological refl ections
that have greatly contributed to the development of new pedagogical practices and
strategies of sustainability, frequently limited, but which seek to be coherent with the
perspectives of the future of each social group. The empirical basis of this study is the
experience with indigenous university students in four Higher Learning Institutes that
develop specifi c activities with this segment of society: Federal University of Greater
Dourados (UFGD) (Indigenous Teacher Training), Federal University of Mato Grosso
do Sul (UFMS), State University of Mato Grosso do Sul (UEMS) and Dom Bosco
Catholic University (UCDB), all connected to the Network of Knowledge Program.