Na contemporaneidade, a previsibilidade e a segurança das relações sociais, enquanto valores consagrados e sedimentados pela modernidade, cederam lugar à insegurança e inerentes riscos das mudanças. A insegurança, enquanto fenômeno contemporâneo produzido pelo avanço tecnológico, irradia seus efeitos em todas as dimensões da vida humana, notadamente nas dimensões física, psicológica e social. Este processo está no alicerce da percepção dos riscos como eixo-social fundamental da análise das ciências sociais. Nessa perspectiva, a forma do indivíduo pensar e constituir a si próprio criou inúmeros avanços e possibilidades para a reconfiguração das instituições sociais. Não obstante, na vida cotidiana, com suas relações formais e informais e com a publicização da intimidade, os indivíduos se digladiam entre a segurança do passado e as possibilidades do futuro.