Justiça Ambiental e Reconhecimento: o Caso do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba

Floresta e Ambiente

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ISSN: 2179-8087
Editor Chefe: João Vicente de Figueiredo Latorraca
Início Publicação: 31/12/1993
Periodicidade: Trimestral

Justiça Ambiental e Reconhecimento: o Caso do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba

Ano: 2011 | Volume: 18 | Número: 4
Autores: Marcela Siqueira Farjalla, Reinaldo Luiz Bozelli, Carlos Frederico Bernardo Loureiro
Autor Correspondente: Marcela Siqueira Farjalla | [email protected]

Palavras-chave: gestão participativa, unidades de conservação, conservação

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A criação de Unidades de Conservação (UCs) tem se configurado como uma das mais
importantes formas de intervenção governamental para reversão da perda de biodiversidade
e proteção de ecossistemas. Sua implantação e gestão, contudo, têm sido acompanhadas de
conflitos em função dos diferentes interesses e necessidades existentes na dinâmica de produção,
apropriação e distribuição dos recursos ambientais. Dentre as normas e diretrizes estabelecidas
no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), destaca-se a participação social
como premissa indissociável da gestão ambiental. Neste artigo, problematizamos a criação e a
implantação das UCs, em particular os Parques Nacionais (PNs), e as questões socioculturais
que influenciam e são influenciadas por esses processos. Esta análise foi baseada em uma
pesquisa qualitativa com abordagem metodológica de estudo de caso e foi dividida em três
etapas: visita ao Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e entrevista com o gestor da UC;
realização de entrevistas semiestruturadas às Organizações da Sociedade Civil localizadas
na área de abrangência do parque, e levantamento bibliográfico sobre o processo de criação
do PARNA Restinga de Jurubatiba. Ao analisarmos esse caso, observamos a materialidade
de um conflito ambiental, aqui entendido como aquelas situações nas quais há confronto de
interesses representados por diferentes atores sociais, em torno da criação do parque nacional
que, para os preservacionistas, significa a garantia da conservação da biodiversidade, e, para
os pescadores, representa a proibição de uma prática da qual eles dependem economicamente
e que está enraizada em sua cultura. Com base neste estudo de caso, pode-se concluir que a
participação da sociedade na criação e na gestão das UCs é um elemento fundamental para sua
sustentabilidade.