Esta apreciação literária argumentativa pretende abordar de forma resumida questões sobre a justiça escatológica em perspectiva solidária, conforme revelado por Jesus, partindo de Mt 25,35-46 e da continuidade desta compreensão cristã, com destaque para a vocação à solidariedade humana que se consuma na integração da existência, em Deus, que preservará nossa consciência individual, mas tornará plena a Sua manifestação como tudo em todos (1Cor 15,28). A dimensão redentora da encarnação, sofrimento, morte e ressurreição de Cristo é também contemplada nesta perspectiva solidária e escatológica. Assim, o juízo final universal é visto como um necessário ajustar-se nessa comunhão total, ocorrendo a plenitude da consciência humana sobre a remissão de todas as dívidas e a purgação de todas as culpas, em Cristo. A hipótese do inferno é considerada apenas como uma possibilidade, em vista da liberdade para uma radical recusa deste ajuste da humanidade em sua configuração a Cristo, à luz da misericórdia que supera todo desejo de vingança. A exortação à solidariedade, que se traduza em ações de misericórdia cotidianas, é, então, destacada, principalmente para os cristãos, como possibilidade de um encontro consigo mesmo, em Cristo, nos seres humanos que passam por necessidades extremas e urgentes.
This argumentative literary appreciation aims to briefly address questions about the eschatological justice in a solidary perspective, as revealed by Jesus, starting from Mt 25,35-46 and from the continuity of this Christian understanding, highlighting the vocation to human solidarity that is consummated in the integration of the existence, in God, that will preserve our individual conscience, but will make complete His manifestation as everything in all (1Cor 15,28). The redemptive dimension of Christ’s incarnation, suffering, death and resurrection is also contemplated in this solidary and eschatological perspective. Thus, the universal final judgment is seen as a necessary adjustment in this total communion, taking place the fullness of human conscience about the remission of all debts and the purge of all guilt, in Christ. The hypothesis of hell is considered only as a possibility, in view of the freedom for a radical refusal of this adjustment of humanity in its configuration to Christ, in the light of mercy that overcomes all desire for revenge. The exhortation to solidarity, which translates into daily actions of mercy, is therefore highlighted, especially for Christians, as a possibility of an encounter with oneself, in Christ, in human beings who go through extreme and urgent needs.