Neste artigo, nosso objetivo é analisar “o olhar de Deus” no cântico de Maria. No primeiro momento desenvolvemos o aspecto místico teológico do despojamento na kénosis em Maria a Mãe de Deus. Veremos que a condição kenótica de Cristo e, por extensão, em Maria, não é mais do que um preâmbulo para a condição glorificada de ambos. Seguimos para uma reflexão sobre Maria e o canto do Magnificat, e vemos que, em Maria, contempla-se uma nova humanidade no olhar de Deus que, se manifesta sob o olhar da Virgem em Guadalupe. Um olhar de amor porque contempla sem julgar, sem dominar, sem impor, nem cobrar. Olhar criativo porque a transforma e engrandece, Deus fez-se presente na vida de Maria e, iluminada pela luz de seu olhar ela é sustentada pelo calor de Sua Presença. Nossa intenção é apresentar Maria como expressão de uma nova vida que, como a de Jesus e dos cristãos, também passa pelo movimento kenótico do deixar-se despojar que foi experimentado ao longo de toda a sua existência.
In this article, our objective is to analyze “the gaze of God” in Mary’s song. In the first moment, we develop the theological mystical aspect of despoiling in kenosis in Mary the Mother of God. We will see that the kenotic condition of Christ and, by extension, of Mary, is nothing more than a preamble to the glorified condition of
PqTeo, Rio de Janeiro, v. 5, n. 10, p. 223-236,jul./dez. 2022224ISSN 2595-9409DOI: 10.46859/PUCRio.Acad.PqTeo.2595-9409.2022v5n10p223both. We continue with a reflection on Mary and the song of the Magnificat, and we see that, in Mary, a new humanity is contemplated in the gaze of God, which is manifested under the gaze of the Virgin in Guadalupe. A look of love because it contemplates without judging, without dominating, without imposing or demanding. A creative gaze because it transforms and enhances her, God made himself present in Mary’s life and, illuminated by the light of his gaze, she is sustained by the warmth of His Presence. Our intention is to present Mary as an expression of a new life that, like that of Jesus and the Christians, also passesthrough the kenotic movement of letting oneself be stripped that was experienced throughout her entire existence.
