Este estudo busca examinar a posição de Immanuel Kant a respeito do dever de veracidade no opúsculo Sobre um suposto direito de mentir por amor à humanidademostrando suas especificidades e até mesmo alguns lapsos do filósofo na construção do exemplo discutido, uma vez que o exemplo deveria ser um caso de um dever claramente jurídico. Além disso, este estudo reconstrói os principais momentos das Lições de Ética(versão de Paul Menzer) em que o problema do dever de não mentir surge, em especial o que Kant chama de mentira necessária, que poderia ser considerado uma exceção ao dever de veracidade das declarações, o que parece contrariar a concepção do opúsculo ede A Metafísica dos Costumes. Este estudo procura mostrar que, apesar de uma posição aparentemente mais favorável à mentira nas Lições de Ética(Menzer), a permissibilidade da mentira se torna duvidosa, para não dizer quase inexistente.
This study seeks to examine the position of Immanuel Kant regarding the duty of truthfulness in the declarations in the essay On an alleged right to lie for the sake of humanity by showing its specificities and even some lapses of the philosopher in the construction of the example discussed, since the example should be a case of a clearly legal duty. In addition, this study reconstructs the main moments of the Lessons on Ethics(Paul Menzer’s version) in which the problem of the duty not to tell a lie arises, especially when Kant discussed what is called the necessary lie, which could be considered an exception to the duty of truthfulness in the declarations, which seems to contradict the conception of the essay and The Metaphysics of Morals. This study tries to show that, despite a position apparently more favorable to the lie in the Lessons on Ethics(Menzer), the permissibility of the lie becomes dubious, in order not to say almost nonexistent.