Este trabalho aborda a distinção analÃtica entre Marx e Weber, em relação ao tema do Estado. A hipótese é de que ambos os autores, a despeito do que pode parecer à primeira vista, estavam imbuÃdos da impossibilidade de um Estado impessoal, o que remete, em última instância, à politização do Estado. O que parece claro na visão de Marx é, contudo, obscurecido pela construção metodológica (e epistemológica) de Weber, com base na busca constante da objetividade do conhecimento, a partir de uma ciência que se afasta do engajamento polÃtico e da importância das categorias analÃticas da burocracia e racionalização. Essa dificuldade de construir uma análise crÃtica da proposta weberiana pode ser esclarecida, contudo, constituindo uma análise do Estado, em oposição à esfera de legitimação do Estado moderno que se encontra claramente na burocracia, cuja caracterÃstica maior é a impessoalidade, a partir da descrição de suas instâncias de decisão – um elemento polÃtico sobre a burocracia. A análise marxiana do Estado classista, por sua vez, também precisa ter suas nuances analisadas de acordo com o próprio amadurecimento teórico do autor, que, em suas obras de análise de eventos históricos escritas tardiamente, torna complexa a classificação do Estado, demonstrando suas aporias e disputas internas, para além de sua visão inicialmente instrumental do Estado.
This article approaches the analytical distinction between Marx and Weber related to State theme. The hypothesis is that both authors, despite what can primarily be thought, were convinced about the impossibility of an impersonal State; this is, thus, the State is politicized. What is clear in Marx’s approach is, however, less clear because the methodological (and epistemological) Weber’s construction, based on a persistent pursuit of knowledge objectivity from a totally depoliticized science and sustained by the analytical concepts of bureaucracy and rationalization. The difficulty to understand a critical approach of Weber can be put aside if an analysis of the State is taken from the decision instances (a political factor over bureaucracy) in spite of explain the legitimating sphere of modern State, founded precisely on the impersonality of the bureaucracy. Marxist approach also need be considered through its nuances according to theoretical development of the author that, in his later-written books to analyze historical events, deepens his assortment of types of States and shows its inner conflicts, what implies overcoming his first understanding of it as simply instrumental.