Objetivo: compreender o conhecimento e a prática de enfermeiros da Atenção Primária à Saúde sobre gênero e assistência às pessoas LGBTQIA+. Métodos: estudo qualitativo, realizado com nove enfermeiros da Atenção Primária à Saúde. Os dados foram coletados mediante entrevista semiestruturada e submetidos à Análise de Conteúdo Temática. Resultados: emergiram três categorias: conhecimento sobre gênero e população LGBTQIA+; percepção sobre a Política Nacional de Saúde Integral LGBT; e procura pelos serviços e assistência de enfermagem ao público LGBTQIA+. Conclusão: evidenciou-se um conhecimento deficiente sobre gênero e saúde da população LGBTQIA+. Há um despreparo dos profissionais que assistem esses usuários, o que provoca barreiras de acesso à assistência e aos serviços, devido ao desconhecimento da existência da política nacional de saúde integral dessa população. Os enfermeiros se centram em ações pontuais e biologicistas. Contribuições para a prática: os achados contribuem para subsidiar o pensar/fazer da enfermagem a respeito das populações vulneráveis, que necessitam de um olhar equânime, integral e humanizado. É necessário fortalecer as discussões na formação em saúde e na educação permanente, para ampliar o conhecimento sobre gênero, o acesso da população LGBTQIA+ aos serviços e a consolidação das ações da política nacional de saúde destinadas a esse grupo populacional.
Objective: to understand the knowledge and practice of Primary Health Care nurses about gender and assistance to LGBTQIA+ people. Methods: qualitative study, conducted with nine nurses from Primary Health Care. Data were collected through semi-structured interviews and submitted to Thematic Content Analysis. Results: three categories emerged: knowledge about gender and the LGBTQIA+ population; perception of the National LGBT Comprehensive Health Policy; and demand for services and nursing care for the LGBTQIA+ public. Conclusion: it was evidenced deficient knowledge about gender and health of the LGBTQIA+ population. There is a lack of preparation of the professionals who assist these users, which causes barriers to access to care and services, due to the lack of knowledge about the existence of the national policy of integral health of this population. Nurses focus on punctual and biologist actions. Contributions to practice: the findings contribute to subsidize the thinking/doing of nursing regarding vulnerable populations, who need an equitable, integral, and humanized look. It is necessary to strengthen discussions in health training and continuing education to expand knowledge about gender, the access of the LGBTQIA+ population to services and the consolidation of the actions of the national health policy aimed at this population group.