Koropó, puri, kamakã e outras línguas do Leste Brasileiro

LIAMES

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ISSN: 2177-7160
Editor Chefe: Angel Corbera Mori
Início Publicação: 01/01/2001
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Linguística

Koropó, puri, kamakã e outras línguas do Leste Brasileiro

Ano: 2015 | Volume: 15 | Número: 2
Autores: Ramirez, Henri, Vegini, Valdir, França, Maria Cristina Victorino de
Autor Correspondente: Henri Ramirez | [email protected]

Palavras-chave: Línguas indígenas do leste do Brasil, Comparação entre línguas extintas, Koropó e puri, Famílias maxakali, kamakã, krenak e jê

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Neste estudo, realizamos uma análise aprofundada de línguas extintas localizadas no Leste do Brasil (de São Paulo a Salvador). Tradicionalmente, agrupa-se o koropó com o puri (coroado) e ambos na superfamília macro-jê. Inicialmente, refutamos qualquer afinidade entre as línguas koropó e puri e, subsequentemente, apresentamos razões para excluir o puri-coroado das línguas macro-jê. Prosseguindo em direção ao norte, examinamos detalhadamente a família maxakali, propomos uma classificação provisória de suas línguas afiliadas e comparamos pormenorizadamente essa família com línguas do seu entorno geográfico (kamakã, jê e krenak). Desse estudo, podemos concluir que o maxakali mantém estreita relação com o kamakã, sugerindo-nos a existência de um vínculo genético entre esses dois grupos linguísticos. Contudo, não podemos propor relação genética semelhante para todas as quatro famílias (maxakali, kamakã, jê, krenak) visto que seus falantes viviam numa área onde houve um longo período de contatos interétnicos que poderia ter favorecido o compartilhamento de grande número de empréstimos linguísticos entre esses idiomas.



Resumo Inglês:

In this study, we carry out a thorough examination of extinct languages located in Eastern Brazil (from São Paulo to Salvador). There is a tradition in placing Koropó with Puri (Coroado), and both of them in a Macro-Jê superfamily. Firstly we argue against any affinity between Koropó and Puri languages. Secondly we give a set of reasons which leads us to the exclusion of Puri-Coroado from Macro-Jê languages. Going then in a northerly direction, we detail the Maxakali family in order to get a tentative classification of its members and to carefully compare this family with its linguistic neighbours (Kamakã, Jê and Krenak families). In doing such a comparison, we finally conclude that Maxakali shows a very close relationship with Kamakã, which most likely suggests a genetic connection between these two groups. However, there is no proof of genetic relationship between all these four families (Maxakali, Kamakã, Jê, Krenak), since we are in an area where a long history of interethnic contacts suggests that languages also share a large number of linguistic loans.