Ensejados pela Constituição de 1988 (BRASIL, 2017), os indígenas adquirem uma série de direitos até então inexistentes, relativos a diversos âmbitos, como ao educacional. Com ela, instaura-se uma política que busca a construção de uma (nova) escola aos povos indígenas, específica, diferenciada e de qualidade, com respeito à diversidade cultural, por meio de documentos como o RCNE/I. Em vista disso, questionamo-nos a respeito da constituição identitária desses povos em documentos oficiais, sendo o objetivo deste artigo problematizar, no discurso do RCNE/I, a representação de língua portuguesa. Para isso, fundamentamo-nos na Análise de Discurso de Linha Francesa (AD), tendo como embasamento teórico-metodológico a Arqueogenealogia de Foucault. Para realizá-lo, recortamos três excertos do documento e os analisamos discursivamente. Os resultados mostram que o documento manifesta a voz da sociedade hegemônica por meio de um discurso de empoderamento do idioma oficial, sendo a língua portuguesa caracterizada como uma “necessidade” a esses povos, um “canal privilegiado”, “importante”.
Enforced by the 1988 Constitution (BRAZIL, 2017), indigenous people acquire a series of previously non-existent rights, related to various spheres, such as to education. It establishes a policy that seeks to build a (new) school for indigenous people, specific, differentiated and with quality, with respect to cultural diversity, through documents such as RCNE/I. In view of this, we questioned the identity constitution of these people in official documents, the purpose of this article is problematize, in the discourse of RCNE/I, the representation of Portuguese language. To do so, we are based on the French Line Discourse Analysis (DA), having as a theoreticalmethodological basis the Foucault Archeogenealogy. To do this, we cut out three excerpts from the document and analyze them discursively. The results show that the document manifests the voice of the hegemonic society through a discourse of empowerment of the official language, the Portuguese language being characterized as a "necessity" to these people, a “privileged channel”, “important”.
En el marco de la Constitución de 1988 (BRASIL, 2017), los indígenas adquieren una serie de derechos hasta entonces inexistentes, relativos a diversos ámbitos, como al educacional. Con ella, se instaura una política que busca la construcción de una (nueva) escuela a los pueblos indígenas, específica, diferenciada y de calidad, con respecto a la diversidad cultural, por medio de documentos como el RCNE/I. Ante ello, nos preguntamos acerca de la constitución de identidad de estas personas en los documentos oficiales, siendo el propósito de este artículo discutir, en el discurso del RCNE/I, la representación de portugués. Para ello, nos basamos en el Análisis de Discurso de Línea Francesa (AD), teniendo como base teórico-metodológica la Arqueogenealogía de Foucault. Para realizarlo, recortamos tres fragmentos del documento y los analizamos discursivamente. Los resultados muestran que el documento expresa la voz de la sociedad hegemónica a través de de un discurso de empoderamiento del idioma oficial, en que lengua portuguesa es caracterizada como una "necesidad" a estos pueblos, un “canal privilegiado", "importante".