Este artigo aborda a circunscrição da LÃngua Portuguesa, como objeto de ensino e de aprendizagem, no cenário educacional brasileiro, na Educação Básica. Nessa circunscrição, interessa-nos pensar e problematizar os horizontes da polÃtica linguÃstica que se constituiu em relação à LÃngua Portuguesa. Horizontes esses sensÃveis à s exigências e à s urgências que se apresentaram ao sistema educacional brasileiro a cada momento histórico. Para tanto, recorremos a diferentes diretrizes oficiais, com o intuito de mostrar o processo de institucionalização em relação ao modo como o ensino de LÃngua Portuguesa deveria se orientar, em termos de referenciais pedagógicos. De modo mais detido, reportamo-nos aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), do Ensino Fundamental, para dimensionar como a LÃngua Portuguesa ganhou uma circunscrição, em termos discursivos. Nesse processo de institucionalização, enfocamos, de modo mais enfático, a relação que a gramática tradicional assumiu no âmbito das diretrizes oficiais, tendo por base a perspectiva de que seu ensino tradicional deveria ser ressignificado. Este artigo aborda, também, alguns dizeres de um professor da Educação Básica, do Ensino Fundamental, como maneira de analisar os possÃveis efeitos que essas diretrizes imprimem na composição da LÃngua Portuguesa, como objeto de trabalho do professor. No trabalho de análise, mostramos que alguns princÃpios da LinguÃstica moderna ganham operação, quando do momento em que o professor precisa enunciar sobre a sua prática docente. E, em sua enunciação falada, a gramática normativa ganha um lugar já afetado por esses princÃpios. À luz da perspectiva discursiva de orientação pecheutiana, interessa-nos pensar que as diretrizes oficiais, incluindo aà os PCN, produzem discursividades, podendo gerar entre professor e as diretrizes uma identificação teórico-procedimental. Sob uma visada discursiva, vamos mostrar que essa identificação não é pressuposta nem plena e bem-sucedida. Ao contrário, ela é contraditória e conflituosa. Ela não é fruto de um subjetivismo.