O objetivo do presente artigo é analisar a transposição das narrativas relativas a icônica banda de rock brasiliense Legião Urbana para a linguagem cinematográfica. A primeira narrativa se refere às origens da banda, apresentada no filme Somos Tão Jovens, de 2013. O tenso cenário sócio-político de Brasília nos últimos anos do regime militar é suavizado, buscando principalmente promover empatia com o público jovem ao promover a exaltação da personalidade iconoclasta de Renato Russo, líder e vocalista da Legião Urbana. O segundo filme, Faroeste Caboclo, também lançado em 2013, adapta vagamente a narrativa da canção homônima, baseada na estrutura dos folhetos de cordel, literatura muito consumida entre os trabalhadores “candangos” que construíram Brasília. As principais características do filme é o estabelecimento de origens negroides para o protagonista, moralismo na apresentação da personagem feminina e pouca preocupação com a fidelidade aos conceitos-chave da música original.