Observamos, contemporaneamente, uma dessacralização da Lei. Se antes ela era imperativa, mandamento inquestionável, resultado de uma enunciação não submetida ao que prescreve, temos hoje uma lei mais remetida à sintaxe, que, de forma neutra, fala das relações entre os termos, e, como as leis científicas, demonstram-se por meio de gráficos e cálculos. Vemos também ganhar relevância o significante norma, que falaria não mais de exclusões ou interdições, mas de polaridades, onde diferenças e oposições seriam reflexo de que nem todos os possíveis são equivalentes para aqueles que têm de vivê-los. Nessa nova configuração, como situar o sujeito? Se antes ele era correlativo a um Outro transcendente que, ao mesmo tempo em que o possibilitava, o aniquilava, temos agora que, em uma curiosa inversão, buscar o sujeito a partir de um lançamento, consequência contingente de uma inscrição aleatória e imanente, que se operacionaliza como deslocamento e se produz em transformação.
We observed, on a contemporary basis, a desecration of the Law. If before it was imperative, unquestionable commandment, result of a statement not subjected to what it prescribes, today we have a law more referred to syntax, which, neutrally, speaks of relations between terms, and, as scientific laws, demonstrate by means of graphs and calculations. We also see the meaning standard gaining significant relevance, which does not speak anymore of exclusions or prohibitions, but of polarities, where differences and oppositions would reflect that not all possible are equivalent to those who have to live them. In this new configuration, how to position the subject? If before it was correlative to Another transcendent while it allowed, annihilated, now we have to, in a curious inversion, seek the subject from a launch, contingent consequence of a random and immanent entry, that is operationalized as displacement and produces transformation.
Observamos, contemporáneamente, una desacralización de la Ley. Si antes ella era imperativa, mandamiento incuestionable, resultado de una enunciación no sometida a lo que prescribe, tenemos hoy una ley más remitida a la sintaxis, que, de forma neutra, habla de las relaciones entre los términos, y, como las leyes científicas, se demuestran por medio de gráficos y cálculos. Vemos también ganar importancia al significante norma, que ya no hablaría más de exclusiones o prohibiciones, sino de polaridades, donde diferencias y oposiciones serían el reflejo de que no todos los posibles son equivalentes para aquellos que tienen que vivirlos. En esta nueva configuración, ¿cómo situar al sujeto? Si antes él era correlativo a un Otro transcendente que, al mismo tiempo en que lo posibilitaba, lo aniquilaba, tenemos ahora que, en una curiosa inversión, buscar al sujeto a partir de un lanzamiento, consecuencia contingente de una inscripción aleatoria e inmanente, que se opera como desplazamiento y se produce en transformación.