Leishmaniose tegumentar experimental e natural no cão doméstico (Canis familiaris), Município de Manaus, Estado do Amazonas, Brasil

Revista Pan-Amazônica de Saúde (RPAS)

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ISSN: 2176-6223
Editor Chefe: Isabella M. A. Mateus
Início Publicação: 02/01/2010
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Ciências Biológicas, Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Multidisciplinar

Leishmaniose tegumentar experimental e natural no cão doméstico (Canis familiaris), Município de Manaus, Estado do Amazonas, Brasil

Ano: 2011 | Volume: 2 | Número: 2
Autores: Sonia Rolim Reis, Marilene Suzan Marques Michalick, Antonia Maria Ramos Franco
Autor Correspondente: Antonia Maria Ramos Franco | [email protected]

Palavras-chave: Cães, Leishmaniose cutânea, Reação em Cadeia da Polimerase, ELISA, hipersensibilidade tardia: Leishmania guyanensis, Leishmania braziliensis

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

INTRODUÇÃO: A leishmaniose tegumentar é uma zoonose causada por diferentes espécies de Leishmania que afetam o homem e algumas espécies de vertebrados. A participação do cão no ciclo biológico da leishmaniose tegumentar vem sendo discutida.
OBJETIVOS: Avaliou-se a infecção experimental e natural por Leishmania em cães domiciliados no Município de Manaus, capital do Estado do Amazonas, Brasil.
MATERIAIS E MÉTODOS: No estudo da infecção experimental, quatro cães SRD foram inoculados com L. (V.) guyanensis (Lg) e três com L. (V.) braziliensis (Lb). A inoculação foi feita, via intradérmica, na região genital, focinho e orelha, na dose de 106/0,1 mL/inóculo. Foram utilizadas formas promastigotas de fase estacionária, sendo inoculados, simultaneamente, dez "hamsters", a fim de comprovar a infectividade do inóculo. Trinta dias após a inoculação, foi realizado teste de hipersensibilidade tardia (IDRM). Para identificação da infecção natural, foram analisados 600 animais em seis zonas urbanas, utilizando-se métodos variados de diagnóstico. Nos testes sorológicos (ELISA e RIFI), foram utilizados antígenos in house de L. (L.) chagasi e L. (V.) braziliensis.
RESULTADOS: Verificou-se reatividade à IDRM nos animais inoculados, com enduração local ≥ 8mm para L. (V.) g e ≥ 5 mm para L. (V.) b. No grupo L. (V.) g, seis meses após o inóculo não foram observadas alterações clínicas. No grupo L. (V.) b, dois meses após verificou-se presença de nódulo na região do focinho. Comprovou-se infecção experimental por L. (V.) braziliensis pela observação de parasitas em cortes histológicos de pele aparentemente sadia. Dos 600 cães estudados por meio do ELISA, 12,5% apresentaram-se sororreativos, sendo 17% nas zonas Leste e Norte de Manaus. Na RIFI 3,5% dos cães apresentaram títulos entre 1:20 a 1:40, principalmente nas zonas Leste e Sul. Um cão com hipergamaglobulinemia constatada por meio do ELISA apresentou positividade para Ehrlichia canis, e outro foi descrito como caso importado de leishmaniose visceral, no bairro São Raimundo. Pelo Hot Start PCR, sete das 20 biópsias testadas foram positivas e 16 de 18 biópsias amplificaram na segunda reação da Nested-PCR, sendo compatível para subgênero Viannia.
CONCLUSÃO: Verificou-se circulação de cães infectados por Leishmania (Viannia) sp. em Manaus, alertando para sua possível participação nos ciclos da leishmaniose tegumentar no Amazonas.