A gramática, a oralidade e a escrita foram se transformando com a sociedade, influenciadas pelas mudanças de hábitos e costumes, pela forma como as pessoas se comunicam e por influência direta dos veículos e ferramentas de comunicação. Se antes a linguagem era ditada por modos rígidos de conduta social, usando-se a norma culta e a escrita padrão, atualmente percebemos uma grande flexibilidade linguística, tanto na oralidade como na própria escrita. Entre os usuários das diferentes tecnologias, em especial da Internet, podemos quase classificar como uma norma própria de comunicação, com abreviações, códigos e termos utilizados entre seus usuários e que ditam a forma como esses indivíduos falam e escrevem cotidianamente, não apenas quando estão utilizando a rede, mas até mesmo em suas conversas olho a olho. Esses valores sociais e culturais representam a identidade de uma nova geração, que se apropriou da linguagem padrão/culta, transformando-a e adaptando-a à essa nova geração conectada. No entanto, se a tecnologia trouxe maior capacidade comunicativa, permitindo novos modelos de produção textual, aproximando a identidade cultural do indivíduo ao seu modo de se comunicar, podemos perceber também uma grande perda linguística, que afeta a capacidade do aluno em textos e documentos onde a escrita pede a gramática padrão e não apenas a reprodução da oralidade coloquial.