Envolvidos pela acelerada proposição de novas formulações no âmbito das tecnologias digitais, cada vez mais tende-se a subestimar (e, em alguns casos, a ignorar completamente) o débito para com antigos mÃdias já desaparecidos. Por isso mesmo, acabamos nos fascinando com produtos midiáticos perfeitamente identificados com formulações que, declaradas obsoletas e inadequadas, tornaram-se suficientemente desconhecidas para poder ressurgir como surpreendentes inovações. Particularmente curiosos são os casos em que reinvenções desse tipo passam a ser consideradas ameaçadoras da estabilidade dos mesmos mÃdias, que uma vez determinaram sua obsolescência. Este trabalho procura exemplificar esse tipo de desenvolvimento à s avessas com o caso bastante peculiar de um sistema de realidade virtual que reinventa uma estratégia de representação declarada obsoleta desde a popularização da fotografia e do advento do cinema.