Esta pesquisa busca interpretar duas lendas originadas em território amazônico de fronteira, situado entre o Brasil e a Guiana Francesa, de modo a assimilar o trânsito cultural presente em narrativas que captam a vivência transfronteiriça da região. Assume-se como termo basilar a referência feita à discussão acerca do conceito de Hibridismo cultural (BHABHA, 2001; CANCLINI, 2006). À título de fundamentação teórica, ressalta-se a relevância de Câmara Cascudo (2002/2006/2012) sobre o folclore e a literatura oral; de Marcio Souza (2021), em face do destaque que confia à história de formação da Amazônia; e de Paes Loureiro (2002/2015), a quem se atribui a designação do que conduz a chamar de “cultura Amazônica”. O artigo tece uma abordagem de literatura oral e da formação cultural da Amazônia mediante interpretação da lenda brasileira Curupira, e da lenda guianense, Maskilili, a partir da leitura interpretativa dos contos.