O presente artigo pretende analisar o lento processo de construção do
discurso legitimador do projeto privatista implementado no Brasil com força
total a partir do governo de Fernando Collor de Melo (1990-1992). Parte-se da
hipótese central de que a crise em que se encontravam as Empresas Estatais no
final da década de 1980 tem suas origens na nova orientação da polÃtica
econômica brasileira implementada pela ditadura civil-militar que chegou ao
poder através do golpe de 1964. Assim sendo, tomando como referencial o
arcabouço gramsciano, serão objeto de investigação as agências e seus
principais agentes que no controle do Estado Restrito, redefiniram os rumos da
polÃtica econômica brasileira, ou seja, o Ministério da Fazenda, o Ministério do
Planejamento, o Banco Central e o Banco do Brasil no perÃodo entre 1964 e
1974.
This article analyses the slow process of construction of the speech legitimizing privatization, which
was implemented in Brazil since Fernando Collor de Melo’s administration (1990-1992). The central hypothesis
is that the crisis of the state companies in the end of 1980’s has its roots in the new direction of Brazilian
economic policy, adopted during the civil-military dictatorship, which arouse in 1964. Thus, following Antonio
Gramsci’s theoretical perspective, the objects of this investigation are the public agencies and its subjects, who,
controlling the restricted state, redefined the paths of the Brazilian economic policy, i.e., Ministry of Finance,
Ministry of Planning, Budget and Administration, the Central Bank and the Brazilian Bank during 1964 and
1974.