Na tentativa de contemplar e repensar a formação do professor sob um viés mais contemporâneo, objetivamos promover uma discussão, a partir da reflexão e articulação de conceitos e perspectivas sobre Letramento Digital (STREET, 1995; BUZATO, 2006; ROJO, 2013) e a Formação Sociocultural do Professor (VIGOTSKI, 1998; 2010; JOHNSON, 2009; FRIEDRICH, 2012), no que se refere ao uso da tecnologia da informação e da comunicação (LÉVY, 1998; 1999; 2007) como responsável por (novas) práticas de letramento no âmbito educacional. De forma a instigar uma reflexão sobre a experiência prática à luz da literatura da área, tecemos considerações mais pontuais sobre uma pesquisa qualitativa de cunho etnográfico, realizada em um contexto de formação inicial do profissional de Letras, em que se fez uso da tecnologia com vistas a promover uma formação social, crítica e reflexiva do professor. Os dados evidenciaram que o sucesso da atividade não está relacionado diretamente ao uso de uma ferramenta tecnológica apropriada, mas ao engajamento dos participantes na tarefa solicitada, o que implica necessariamente uma nova forma de pensar e agir, (trans)formada e delineada por recursos metodológicos, tecnológicos e contextuais.