A relação sorodiscordante, na qual um dos parceiros possui sorologia positiva e outra negativa para o HIV, não é incomum, contudo esses casais enfrentam desafios variados em suas vidas, tais como a falta de atendimento específico para estes indivíduos e seus parceiros. O objetivo deste trabalho foi levantar as informações fornecidas pelo formulário de atendimento do Si-CTA (Sistema de Informação do Centro de Testagem e Aconselhamento) acerca dos parceiros sorodiscordantes com status sorológico negativo para o vírus cadastrados em um serviço escola de referência regional para HIV/Aids no interior de Minas Gerais. Trata-se de uma pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa. Atualmente estão cadastrados no serviço 145 casais em relação sorodiferente, sendo que entre os soronegativos são 53 mulheres (36,55%) e 92 homens (63,45%). No que diz respeito à orientação sexual, 132 parcerias são heterossexuais (91,03%), 8 são homossexuais (5,52%), 2 são bissexuais (1,38%) e em 3 prontuários (2,07%) não houve registro. A periodicidade de realização dos testes está mencionada em 90 (62,06%) formulários, destes, 8 (5,52%) o fazem mensalmente, 28 (19,31%) trimestralmente, 20 (13,79%) semestralmente, 29 (20%) anualmente, 2 (1,38%) de dois em dois anos, 2 (1,38%) de três em três anos e 1 (0,69%) de sete em sete anos. No que tange ao uso do preservativo, não há menção em 15 (10,34%) prontuários, enquanto 41 (28,28%) relataram não fazer uso, 17 (11,72%) usam em menos da metade das vezes, 5 (3,45%) usam na metade das vezes, 10 (6,9 %) usam em mais da metade das relações e 57 (39,31%) usam todas as vezes. Sobre a relação ser estável há ausência de dados em 3 prontuários (2,07%), enquanto 16 (11,03%) relataram uma relação não estável e 126 (86,90%) afirmaram estar em uma relação estável. Observou-se a falta de registro sobre dados importantes nos prontuários, como por exemplo o motivo de não realizar as testagens e falta de orientação sobre a importância de realizar as mesmas.