Liberdade Assistida: sócio-educação e punição em conflito

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ISSN: 15195481
Editor Chefe: Alexandre Almeida Barbalho
Início Publicação: 31/10/2003
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Sociologia

Liberdade Assistida: sócio-educação e punição em conflito

Ano: 2010 | Volume: 8 | Número: 15
Autores: Rosemary de Oliveira Almeida, Luiza Eridan Elmiro Martins de Sousa
Autor Correspondente: Rosemary de Oliveira Almeida | [email protected]

Palavras-chave: adolescente, liberdade assistida, sócio-educação, punição

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O artigo busca compreender como a medida sócio-educativa
de Liberdade Assistida/L.A, estabelecida pelo Estatuto da Criança e do
Adolescente e desempenhada por um sistema institucional de meio aberto,
vem sendo efetivada e como se criam caminhos e regras a serem incorporadas
pelos adolescentes mediante a vigilância e o controle, bem como por meio
de um tipo de pedagogia da punição. O artigo levanta questões sobre o
caráter pedagógico e sancionatório da Liberdade Assistida a respeito de
como os adolescentes percebem e agem sobre essa articulação, mediante
a conformação ou criação de táticas que burlam regras. O trabalho segue
um percurso teórico, conferindo como tem se manifestado o sistema punitivo
infanto-juvenil no Brasil, destacando a municipalização do atendimento
ao adolescente infrator por meio dos Núcleos de Liberdade Assistida
Municipalizada/LAM. Recursos qualitativos de pesquisa como observação do
cotidiano da LAM, entrevistas e grupos focais foram utilizados para acessar
informações sobre percepções de profissionais e sentidos atribuídos pelos
adolescentes à L.A. Alguns resultados apontam para as experiências do
sistema sócio-educativo na vida dos adolescentes assistidos, no sentido de
reiterar a responsabilização pelo ato infracional cometido. Entretanto, tal
sistema tem agido tanto no que se refere à criação de habitus de cumprimento
das condicionalidades da medida mediante a sócio-educação, quanto no que
respeita a situações vexatórias de vigilância e privações, atuando menos como
ressocialização e mais como punição.