Este artigo possui como objetivo analisar a questão da essência humana na obra do jovem Marx. Apresentando uma perspectiva contrária à ideia da existência de um corte epistemológico que cria duas fases absolutamente distintas na filosofia de Marx, pretende-se argumentar que o conceito de essência desenvolvido nos manuscritos de 1844 constitui-se como um importante fundamento para o materialismo histórico. Dessa forma, é oferecida também uma perspectiva diferente do argumento que defende a existência de um antimaterialismo relacionado ao conceito “essência”. A interpretação da essência humana como liberdade permite compreender que não há nada de extra-material na definição do ser humano, pois a única característica que sempre acompanhará o homem é a capacidade de se autotransformar através da atividade prática.
This article aims to analyze the question of human essence in the work of the young Marx. It is argued that the concept of essence developed in the manuscripts of 1844 constitutes an important foundation for historical materialism. In this way, a different perspective is also given to the argument for the existence of an anti-materialism related to the concept "essence". The interpretation of the human essence as freedom allows us to understand that there is nothing extra-material in the definition of the human being, since the only characteristic that will always accompany man is the capacity to develop through practical activity.